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HANDEBOL QUEDAS

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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Depois da vitória, a espera pela reconstrução

brasil1pre

Nunca foi tão fácil chegar a uma Olimpíada!
assim Maria Helena Cardoso resumiu no twitter a conquista da vaga em
Londres. Técnica da seleção na missão frustrada na Malásia em 1988 e na
dramática e inédita classificação para Barcelona, em 1992, ela sabe
muito bem do que está falando.

Embora muita gente tenha se concentrado na fragilidade dos adversários, acho que é evidente que alguma coisa mudou. Para melhor.

Em
1999, perdemos para Cuba no Pré-Olímpico, mas haviam três vagas em
disputa. Em 2003, vencemos Cuba e conquistamos a vaga única. E em 2007,
queda diante de Cuba na semifinal e a vaga acabou vindo contra a mesma
Cuba– novamente de forma dramática – no Pré-Olímpico Mundial-2008.

Assim,
essa última conquista realmente me parece digna de comemoração, ainda
mais quando se contextualiza o momento em que ela ocorrre.

O torneio marcava a estreia de um técnico sem experiência no feminino e desacreditado pela maioria – por mim, inclusive. Enio Vecchi
se comportou muitíssimo bem. A defesa melhorou incrivelmente e parece
ser esse o caminho num time de alas pouco produtivas no ataque.
Ofensivamente, houve mais equilíbrio, menos chutes de três e
individualismo. Emocionalmente o grupo também pareceu melhor. Menos
apático do que no Mundial de 2010 e menos oscilante do que de costume.

Além de Enio, acho que seus auxiliares merecem o reconhecimento. Tenho minhas reservas a Urubatan, mas enfim: parabéns! Gosto muito do trabalho de Janeth.
Na semifinal contra Cuba, foi possível ouvir a voz ao fundo da
assistente durante um tempo técnico em que Micaela reclamava da
dificuldade de conter a adversária. “Mas ela é muito rápida!” dizia a
ala. Serena, Janeth apenas tranquilizou Kaé: “Mas você é tão rápida
quanto ela”, no que me pareceu um gesto bastante nobre.

Acho que merece crédito ainda o trabalho de Hortência.
Depois de um começo um tanto quanto confuso, parece que aos poucos, a
diretora das seleções femininas se encontra mais na nova função. Que a
evolução persista!

Entre as jogadoras, acho que o torneio sela uma nova fase para Érika
com a camisa amarela, na qual a sua importância é reconhecida, aceita,
admirada pelo grupo e mesmo por Hortência. Mal aproveitada na era
Barbosa, ausente na era Bassul e um corpo estranho na era Colinas, a
pivô deixou claro em Neiva sua explosiva combinação de força e talento.

Tão brilhante como Érika, esteve Adriana,
talvez em sua melhor participação na seleção. Esteve firme, jogou com
extrema inteligência e parece ter afastado do semblante o desgate e a
decepção de suas últimas penosas participações com a seleção nas
Olímpiadas -2008 e no Mundial-2010.

Sinceramente não consigo avaliar Babi pelo
pouco que vi no Pré-Olímpico, embora ela tenha me impressionado
bastante no amistoso em Americana. De qualquer maneira, é fundamental
pensar à frente nessa posição e a comissão técnica parece estar atenta
a isso.

O cenário no garrafão parece mais confortável. Além de Érika, as demais pivôs apareceram muito bem. Clarissa é daquelas jogadoras que dão prazer em ver jogar. Infelizmente uma contusão tirou parte do seu brilho no torneio. Damiris
está esplêndida e é realmente um milagre ver uma jovem alcançar o nível
que ela belisca aos 18 anos num país que oferece muito pouco aos seus
talentos. Gostei de ver Gilmara tendo sua primeira
oportunidade, mas acho que com a boa fase de Clarissa, a tendência é
que ela tenha menos espaço. Acho a dupla Nádia e Franciele
fantástica, mas as duas parecem carecer de alguma coisa para entrar em
combustão espontânea. De longe, a impressão que tenho é que algo entre
a confiança e a concentração às vezes escapa pelas mãos das duas jovens.

Nas alas, é que o nó aperta. A situação é complicada e não vejo muitas saídas para a Olimpíada que se aproxima.

Acho
que a receita será reincorporar Iziane e tentar alguma novidade, o que
é muito difícil, pois o universo de convocadas está extremamente
limitado. Reconheço que a comissão técnica tentou. Viu Tatiane,
Fernanda, Izabela, Karen, Jaqueline, deu uma chance para Natalia
Santos… Janeth observou outras tantas atletas na Universíade, mas
verdade difícil de admitir é que há poucos nomes.

Chuca foi a presença mais regular na posição, o que não quer dizer muita coisa.

Reconheço o esforço de Palmira,
principalmente na defesa, uma de suas deficiências. Colaborou bastante
ainda na transição, dando um repouso a uma sobrecarregada Adriana.

Micaela
continua tendo seus bons momentos na defesa e Enio soube dosar bem as
oportunidades dela, sem que comprometessem o todo. Mas a ala vive uma
falta de sintonia absoluta no ataque.

Por fim, Silvia Gustavo desapareceu após uma virose durante a Copa Pitalito.

Espero
que ao menos uma novidade seja incorporada ao grupo daqui para a
frente. Tássia talvez seja a mais gabaritada. Se a opção for por
veteranas, não entendo a ausência de Silvinha Luz na equipe.

Vaga
conquistada, a hora é de viabilizar a segunda edição da LBF e planejar
2012. Sem isso, esse otimismo momentâneo logo desaparecerá.

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