Irmãos, goleiros disputam posição e "boladas" na Seleção de handebol

Marcão
e Maik sonham com duas vagas.
Dizem que os problemas de trabalho não devem ser levados para casa.
Mas, no caso dos irmãos Maik e Marcão, isso é quase impossível. Os dois
jogadores de handebol disputam uma vaga de goleiro da seleção
brasileira que vai ao Pan do Rio. Apesar da situação inusitada, os
irmãos levam com bom humor a briga pela posição.

- É claro que tenho alguns
pontos de vista diferentes dos dele, mas de qualquer forma é uma briga
muito sadia. Uma disputa diferente. Um está sempre apoiando o outro,
dando conselhos - diz Maik. Marcão, de 30 anos, é o mais velho e foi
incentivador do irmão mais novo, Maik, de 26 anos, a se dedicar também
ao handebol. Os anos de diferença entre os dois proporcionam a
liderança de Marcão em números de títulos pela seleção. Ele foi
vice-campeão pan-americano em Winnipeg, campeão em Santo Domingo e
participou das Olimpíadas de Atenas. O caçula, que está há apenas um
ano e meio na equipe brasileira, foi campeão pan-americano de Seleções
em 2006. - Eu tenho dez Mundiais, dois Pan-Americanos e uma Olimpíada
nas costas, mas na verdade acho que não é isso o que vai pesar. O
importante é estar bem fisicamente. E isso eu já estou. Estava apenas
sem volume de jogo, mas voltei a jogar agora, e acredito que estou no
mesmo nível deles (Maik e Alexandre) – diz Marcão. Apesar da diferença
de experiência entre os irmãos, Maik tem se destacado nos últimos
meses. Alguns problemas físicos afastaram Marcão da seleção por dois
anos, e Maik começou a competir ao lado de Alexandre Morelli. - O meu
irmão era o titular, mas depois que se machucou o Alê pegou o lugar
dele e eu fiquei na reserva. Mas, de lá pra cá, fui crescendo muito,
ganhando o meu espaço. Hoje é até difícil dizer quem é o titular e quem
é o reserva. E, ao mesmo tempo, tem o meu irmão, que está voltando à
seleção com tudo.